DiVersos nº30/31

Um número de homenagens na DiVersos (mas todos o são), este número duplo 30-31. Todos o são, porque o espírito humano não distingue, essencialmente, entre mortos e vivos. Nele, essencialmente, todos são vivos. Não obstante, é uma homenagem com carinho especial a que fazemos a Manuel Resende e a António Fournier. De gratidão pelo que representam na biografia da DiVersos. Manuel Resende: foi dele a ideia de criar esta série. Foi ele quem lhe deu o nome – e a latitude e abertura fora de qualquer espírito de capela ou de escola. António Fournier: um tradutor que veio ter connosco trazendo consigo a Itália e a Madeira, e nos deixou a saudade da sua grande generosidade e delicadeza. Homenagear é comemorar e recordar. Por coincidências múltiplas, este número recorda, aproveitando a convencionalidade das datas, um grande vulto do século XVIII, Hölderlin, e outro grande do século XIX, Herman Melville. Mas também uma poetisa grega falecida neste mesmo ano de 2020, Kiki Dimoulá, e uma poetisa portuguesa falecida em 2016, Maria Amélia Neto, cuja inexplicável obscuridade despertou o nosso inconformismo e a esperança de contribuir para a trazer à claridade que deve ser a dela.

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DiVersos nº29

Ao vigésimo terceiro ano de publicação da DiVersos, neste n.º 29 incluem-se vinte poetas, oito dos quais em tradução. Desde o número 16 optámos sempre que possível por incluir os poemas traduzidos precedidos do texto na língua original, no sistema face-a-face: à esquerda, em página par, o original; à direita, em página ímpar, a versão em português. Hoje, pela primeira vez em dois autores traduzidos, há uma terceira língua, intermédia, ou de transmissão, pelo que, para esses casos, optámos por uma apresentação em sequência, e não face-a-face, que se tornaria impraticável. Em Adam Zagajewski, surge primeiro o texto da versão portuguesa, em tradução de Francisco J. C. de Carvalho, em seguida a versão em castelhano, que serviu de correia de transmissão, e, finalmente, o original polaco. Em Stefano Marino, vem, à cabeça, o original em regino – para todos os efeitos uma língua em si, mais do que um dialeto, como vulgarmente se lhe chama, se considerarmos critérios propriamente linguísticos mais do que políticos, como nas línguas oficiais dos Estados. E em seguida, em tradução do próprio autor, a versão em italiano, seguida por fim da versão em português de António Fournier.

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