Barbaridades

Barbaridades é pleno de uma escrita mais imagética que loquaz, carregada de segundos sentidos e referências – em voga no século XXI – ao ser humano enquanto apologista do prazer a curto prazo.

Autora: Bárbara Silva
Páginas: 88
Preço: 10€
Ano de edição: 2011
ISBN: 978-972-8870-33-1
Coleção: MeteoRitos

Não se procura estabelecer uma ligação profunda com a História e Cultura portuguesas mas sim deixar ao critério do leitor a criação de uma realidade, realidade essa que é tão imediata quanto crua no texto poético precisamente devido a essa mesma escrita imagética. Consequentemente, a maior parte do conteúdo é ou extremamente sintético ou extremamente mordaz. Nasce uma poesia quase experimental e algumas palavras inventadas.

O meu conselho é que leiam os poemas rapidamente e deixem vários significados falar com o inconsciente. Tal como outras obras portuguesas neste início de século o espaço e o tempo não ganham lugar. Promove-se uma literatura livre de métrica, não representativa, totalmente abstraída do futuro ou do passado. Está pungente neste livro a crítica ao urbanismo, ao capitalismo e à xenofobia. Tentei harmonizar a essencialidade da existência com a ausência de preconceitos, temas que me são queridos.

Talvez possa apontar como influências Virginia Woolf, Whitman, Álvaro de Campos, Herberto Hélder, Maria Gabriela Llansol e António Ramos Rosa. Árduo será catalogar mais do que isto porque a maior parte das palavras surgiram por si, quase com uma febre e, depois de as escrever, arrumei-as na gaveta e nunca mais olhei para elas.
Bárbara Silva

Deixe um comentário